Cachaça orgânica produzida em MG conquista medalha de ouro na Europa 4e3b3r
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O prêmio celebra não apenas a qualidade da bebida, mas também duas décadas de dedicação à produção sustentável da família Oliveira. “É uma conquista muito significativa, porque é a primeira vez que uma cachaça orgânica brasileira é reconhecida nesse concurso. Isso coroa todo o trabalho que desenvolvemos desde o início”, afirma Daniel Duarte de Oliveira, agrônomo, produtor e responsável técnico pela cachaça.
Tradição aliada à sustentabilidade
A história da Flor das Gerais tem raízes profundas. A produção de cachaça na Fazenda Mourões começou em 1912 e atravessa gerações. Hoje, está sob os cuidados de Daniel, seus pais Adão Manuel de Oliveira e Lúcia de Oliveira, das filhas do casal e de quatro funcionários.
Apesar da longa tradição, o caminho até o reconhecimento internacional envolveu mudanças significativas. A decisão de adotar o modelo de produção orgânica surgiu em 2006, e, após três anos de adaptação, veio a certificação concedida pelo Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA). Desde então, a família mantém rigorosos cuidados ambientais e produtivos.
Processo artesanal e qualidade premiada
O grande diferencial da Flor das Gerais Dorna Única está no processo de envelhecimento, que ocorre por quatro anos em tonéis de amburana, o que confere à bebida aromas e sabores únicos. Essa qualidade já havia sido reconhecida anteriormente em premiações nacionais, como o Concurso Nacional de Cachaça e o Concurso da Emater-MG, além de concursos internacionais, como o New Spirits.
A produção atual é de aproximadamente 10 mil litros por ano, um volume pensado para garantir o controle de qualidade e a manutenção dos padrões do cultivo e do processo artesanal.
Apoio técnico e sustentabilidade no campo
A Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais (Emater-MG) tem sido uma parceira fundamental no desenvolvimento da cachaça orgânica. “A Emater nos ajudou desde a adequação topográfica, com marcação das curvas de nível, até no uso de microbiológicos para o controle de pragas e na melhoria da fertilidade do solo”, explica Daniel.
Para Alessandra Miranda, coordenadora regional da Emater-MG, essa conquista simboliza um novo momento para a cachaça mineira. “É um marco termos, pela primeira vez, uma cachaça orgânica de Minas premiada em um concurso internacional. Assim como aconteceu com os cafés especiais e os queijos artesanais, a cachaça tem tudo para conquistar o mercado mundial”, afirma.
Turismo, cultura e experiência no campo
Além da produção, a Fazenda Mourões também se abre ao turismo rural. Através do projeto Ruralidade Viva, desenvolvido pela Emater-MG em parceria com secretarias de Turismo, Cultura e Agricultura, além de circuitos turísticos e agências de viagem, os visitantes podem conhecer todo o processo produtivo da cachaça, desde o cultivo da cana-de-açúcar até a degustação da bebida envelhecida.
O projeto não só promove experiências culturais e gastronômicas, como também fortalece a renda dos produtores rurais, incentivando a diversificação das atividades no campo. Com informações da Agência Minas